A nossa ida para Si Phan Don, também chamadas as 4000 ilhas, no sul do Laos foi a mais atribulada até agora. Não só porque andar de transportes públicos no Laos por si só é uma grande aventura e uma experiência de uma vida, mas também porque a nossa viagem de 500 km durou mais de 13 horas! Mais de 13 horas num autocarro local, no meio das vendedoras ambulantes de frango assado e ovos no espeto em estradas nacionais que muitas vezes eram de terra batida. Ao final dessas longas 13 horas, já de noite, chegámos não às ilhas que eram o nosso destino mas sim a Pakse, cidade que ainda fica a 150 km do nosso destino. Apanhámos um tuktuk até ao centro da cidade, que nos cobrou o dobro do que tínhamos combinado, e pernoitámos por lá. No dia seguinte, finalmente chegados às ilhas, escolhemos ficar na ilha Don Det, a mais procurada pela malta jovem especialmente pelos backpackers por ter preços mais acessíveis e por ficar separada da outra ilha Don Khon por uma ponte, podendo assim visitar as duas ilhas.
E o que se pode fazer nestas ilhas?! A ideia é mesmo não fazer nada, apenas relaxar numa esplanada em cima da água ou alugar uma bicicleta para percorrer a ilha e ver os locais no seu dia a dia. E foi o que nós fizemos. Alugámos uma bicicleta e fomos à ilha vizinha, Don Khon, onde visitámos duas cascatas e passeámos no meio dos campos e das florestas.
Em Don Det ficámos hospedados nos bengalows do Mr. Sai que geria juntamente com a sua esposa a guesthouse e o restaurante sobre água com uma vista inesquecível. Este casal acolheu-nos de forma calorosa, e não foi por termos pago muito pela estadia porque foi o sítio mais barato que encontrámos, foi porque no Laos a maioria das pessoas são genuinamente carinhosas com os outros, recebem-nos sempre de braços abertos e com um grande sorriso. O Senhor Sai sempre prestável ficava connosco à conversa a contar-nos sobre a sua vida, o seu negócio e o país. A sua esposa, óptima cozinheira (foi onde melhor comemos até agora) que usava legumes fresquinhos da própria horta na preparação de cada prato, mesmo não falando uma única palavra em inglês comunicava connosco por sinais e até nos ensinou cozinhar um prato que tanto adorámos.
Na despedida, trouxeram-nos duas pulseiras feitas por eles e colocaram-nas nos nossos pulsos enquanto diziam uma reza budista para nos dar sorte. E essa sorte tinha-se realizado dias antes, quando decidimos ficar na casa deles.
Foi pela hospitalidade das pessoas, pelas paisagens das ilhas, pelo ambiente relaxante e óptima comida que as 4000 ilhas ocuparam o 2 lugar dos sítios que mais gostámos no Laos.
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