sábado, 27 de fevereiro de 2016

Luang Prabang: ex-libris do turismo no Laos


Após a viagem de dois dias de barco, finalmente chegámos a Luang Prabang, património mundial da Unesco. A cidade é a mais visitada do Laos estando incluída nos vários pacotes turísticos e no chamado "banana pancake trail" dos vários backpackers. O centro histórico de Luang Prabang situa-se entre dois rios (Mekong e Nam Khan) e tem uma arquitectura europeia que permanece desde os tempos da colonização francesa.


Todas as manhãs, por volta das 5:30/6:00 é possível ver na rua principal da cidade (a rua do Night Market) e nas redondezas dos templos um ritual budista, o chamado "alms giving ceremony", uma das mais sagradas cerimónia budista no Laos. Diariamente, todos os monges dos templos de Luang Prabang saem à rua onde já se encontram à sua espera os locais com oferta de comida, nomeadamente arroz cozido, que servirá de refeição aos monges no respectivo dia.


Luang Prabang tem vários wats (templos) espalhados pela cidade dos quais o mais famoso é o Wat Xieng Thong sendo considerado um dos mosteiros budista mais importantes do Laos. É também chamado de templo da cidade dourada e foi construído em 1560.








Outra paragem obrigatória em Luang Prabang é o Mount Phousi, o monte mais importante da cidade onde se tem uma vista panorâmica sobre toda a cidade. O monte é também um sítio religioso uma vez que moram lá vários monges e no topo situa-se um pequeno e antigo templo.






À noite, para além dos inúmeros bares espalhados pela cidade e das esplanadas nas margens dos dois rios onde se pode apreciar o pôr do sol, pode-se visitar também o Night Market para comprar algumas lembranças, roupa, acessórios ou ter uma refeição típica.


Pela cidade existem imensas agências de turismo com diversas ofertas de actividades para fora da cidade tais como passar o dia no santuário dos elefantes, trekking, zip-line, um dia de passeio de bicicleta na parte rural, visitar às cascatas Kuang Si e Tad Sae e à Pak ou Cave (gruta com estátuas do Buda), etc..


Optámos por fazer um dia de passeio de bicicleta pela parte rural de Luang Prabang e não nos arrependemos. O passeio é circular e estende-se por 40 km em caminhos de terra batida que passa por várias aldeias. Foi um circuito algo difícil pois para além do calor havia as pedras, riachos que tivemos que atravessar a pé (pois não havia pontes), descidas e subidas, contudo muito interessante. Parámos numa escola onde as crianças estavam no intervalo e ouvimos logo um "sabaidee" (olá) quase em coro. 




Por todas as aldeias que passámos, as pessoas (sejam adultos ou crianças) saudavam-nos com um grande sorriso. Encontrámos mais um quintal em festa (à semelhança da festa em Huay Xai) que nos convidaram mas infelizmente ainda faltavam muitos km para chegar à cidade e tivemos de recusar. Passámos por campos de arroz, por paisagens lindíssimas, por entre porcos, galinhas, vacas e búfalos asiáticos a passear na rua. Mas o que mais nos marcou, foi sem dúvida passear pelo coração das aldeias, onde nos foi possível vivênciar por momentos o quotidiano dos locais e a ter um pequeno vislumbre da cultura laosiana.






A vida na parte rural de Luang Prabang (e no resto do Laos) nada tem a ver com a cidade de Luang Prabang. A cidade em si, encontra-se praticamente toda "fabricada / ajustada" para o turismo com imensos (mas mesmo muitos!) turistas, na sua maioria franceses (tavez pela ligação histórica). Deste modo, não faltam as croissanteries, bistrots e boutiques em cada esquina, restaurantes e pubs de luxo tudo com especialidades americanas, europeias mas nada ou pouco de laosiano. Tudo tem preços de turista sejam as refeições, táxis ou actividades. Sendo que estamos a falar de um pais onde um terço da população vive com menos de um dólar por dia... torna esses preços um pouco absurdos. 

A cidade é gira e ideal para se passar umas férias relaxantes de alguns dias ou mais se combinado com outros destinos no Laos. No entanto, se se pretender aprender sobre cultura do Laos e ficar apenas em Luang Prabang, fica-vos a faltar a parte da simpatia genuína que tão bem caracterizou o povo do Laos durante toda a nossa estadia.



sábado, 20 de fevereiro de 2016

As melhores boas vindas ao Laos


Na passagem da fronteira da Tailândia para o Laos conhecemos a Jasmin e o Heiko, ambos alemães e a Nina vinda da Bélgica. No meio das conversas descobrimos que iam ficar na mesma vila que nós, em Huay Xai e iam também eles apanhar o slow boat no dia seguinte. 

Huay Xai, sendo uma vila de passagem para apanhar o barco para Luang Prabang, pouco tem para oferecer aos turistas (pensávamos nós) para além de uma pequena rua com algumas esplanadas é um pequeno templo no topo de um monte. 

Combinámos os cinco dar um passeio pela vila, encontrar um sítio para se beber algo e observar os locais no seu dia-à-dia. Enquanto estávamos a passear numa zona mais afastada da rua principal, deparámos-nos com um quintal em festa, uma grande tenda com muitas mesas cheias de comida e bebida, pessoal laosiano a cantar, um DJ a pôr música e um grande cartaz a dizer "UNITEL 2016 New Year Party" (sim em Fevereiro, ano novo budista). De repente ouvimos as pessoas da festa a gritarem para nós e a chamarem-nós para nos juntarmos à festa. Ficámos uma pouco reticentes ao início mas decidimos juntar-nos. Afinal, porque não? Também não tínhamos mais nada para fazer. 

E ainda bem que nos juntámos! Foi sem dúvida a melhor experiência da viagem até agora. Entrámos no quintal e a primeira pergunta em inglês foi se éramos húngaros. Viemos a descobrir mais tarde que o senhor que nos tinha convidado, o senhor Khammone, tinha vivido na Hungria durante uns tempos e estava com expectativa que fossemos húngaros. Dissemos as nossas nacionalidades e mesmo assim o senhor fez o sinal para nos sentarmos à mesa. Num ápice, já tínhamos copos com cerveja e gelo (por cá a cerveja bebe-se com gelo) na mão e comida à frente. Comida laosiana e vietnamita ia chegando aos poucos, um prato de cada vez. Os copos de cerveja iam-se enchendo um a seguir ao outro sem darmos por isso e o "the boss", segundo os outros funcionários, só nos dizia "nhock nhock" e fazia sinal para beber até ao fim.


O senhor Khammone achou imensa piada ao facto de no nosso grupo sermos todos de países diferentes e para além do mais com destinos diferentes. Esta pequena coincidência deu panos para mangas e conversa pela noite dentro.

Estivemos a conversar todos sobre tudo e mais alguma coisa. De onde éramos, qual era o plano de viagem, aprendemos coisas sobre Laos e contamos coisas sobre os nossos países, aprendemos palavras em laosiano, e ensinamos em português, alemão e francês. Nem demos pelo tempo passar mas sei que estivemos horas seguidas em óptima companhia! 


Passadas algumas horas as pessoas começaram a ir embora e, com muita pena nossa, tinha chegado a nossa vez. O sr. Khammone ainda nos quis dar boleia mas decidimos ir a pé para vermos mais alguma coisa da aldeia.


Estávamos a caminhar em direcção à guesthouse quando nos deparámos com um bar à beira da estrada com apenas locais e um rapaz a tocar guitarra. Obviamente entrámos! Vimos os rapazes sentados fazerem-nós o sinal de boas vindas e a dizer "sabaidee" o que significa "Hello" e perguntámos logo se podíamos juntar as mesas para ficarmos juntos a apreciar a música ao vivo do cantor que por sinal era tailandês. Ao dizermos de onde éramos a resposta deles foi logo "Cristano Ronaldo!". Juntámos as mesas e mesmo sem nenhum deles saber falar inglês, estivemos a conversar com a ajuda do google translator, a cantar juntos e a tirar imensas selfies.




Voltámos para a guesthouse muito felizes e recordamos sempre esse dia  com um grande sorriso! Foram sem dúvida as melhores boas vindas que o Laos nos podia dar! 

Koptchai lai lai Laos! 
(Muito obrigado Laos!)




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Sabaidee (olá) Laos!


Passar a fronteira por terra no Laos foi tarefa muito fácil. Apanhámos um autocarro em Chiang Rai por 220 baths por pessoa (1€=36,60 bath) que nos levou até Huay Xai (Laos), aldeia perto da fronteira.

No autocarro vinham meia dúzia de pessoas pelo que a passagem pela imigração foi rápida. O autocarro levou-nos primeiro até à fronteira em Chiang Khong (ainda do lado da Tailândia) onde passamos pela imigração tailandesa para formalizarmos a saída do país.


Regressámos ao autocarro e atravessámos o rio (que serve de fronteira) entrando assim no Laos. Parámos no posto fronteiriço onde pedimos os vistos que custaram 35$ cada, pagando adicionalmente mais 1$ de taxa de fim de semana. Recebemos os vistos passado uns 10 min após o qual passamos pela imigração. E tcharãããã!!! Já estávamos no Laos!!


O autocarro ainda nos levou até a vila Huay Xai onde passámos a noite para no dia seguinte apanharmos o slow boat rumo a Luang Prabang. 

O slow boat custa 220.000 kip por pessoa (1€=9.050 kip) e demora 2 dias a chegar a Luang Prabang com uma paragem em Pak Beng onde passámos a noite. O porto em Huay Xai fica a cerca de 2 km do centro da vila e pelo caminho é possível comprar alguns snacks para a viagem.


O barco sai de Huay Xai por volta das 11h, mas tanto aqui como em todo Laos as horas são apenas indicativas, na prática sai quando eles quiserem e demora cerca de 6 horas a chegar a Pak Beng.


Chegando a Pak Beng existem várias ofertas de guesthouse não sendo necessário reservar com antecedência e quando digo várias são mesmo muitas ao contrário do que o booking indica. Nos marcámos pelo booking pensando que só havia 3 guesthouses em Pak Beng mas chegando lá vimos que foi um mau negócio. Foi a estadia mais cara que tivemos até agora e havia boa oferta a preços bem mais em conta. Erro de principiante. Dia seguinte continuamos o nosso passeio para mais 8 horas até Luang Prabang.

A viagem de barco foi maravilhosa mas muito cansativas, afinal de contas são 8h... O barco é grande e leva cerca de 70 pessoas, tem WC e um bar com bebidas e snacks. Os restantes passageiros são boa onda, as paisagens são maravilhosas, conseguimos observar nas margens os locais no seu dia a dia e ainda elefantes a passear. 







Uma dica que queremos deixar para quem estiver a pensar fazer o mesmo. Se estiveres com tempo, aconselhamos ir de slow boat até Pak Beng e aí apanhar um autocarro para o norte do Laos e só depois seguir para Luang Prabang. Nós não conseguimos fazer isso porque já tínhamos a guesthouse marcada em Luang Prabang mas dizem que o norte do Laos é maravilhosos!  

Apesar do cansaço, estes dois dias de barco foram sem dúvida uma experiência inesquecível!



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Chiang Mai, capital da cultura



Chegámos a Chiang Mai após mais 6 horas de viagem de autocarro desde Sukhothai (213 baths). Contudo é possivel ir para lá a partir de Bangkok por avião ou autocarro que parte diariamente várias vezes por dia mas que demora umas 10/12 horas. 

A estação de Bus de Chiang Mai (Arcade Bus Station) fica fora das antiga muralhas da cidade, no entanto, existe um mini bus local que leva as pessoas para a cidade e que custa apenas 15 baths por pessoa. 

Chiang Mai, a segunda maior cidade da Tailândia e das mais visitadas, é considerada a capital da cultura tailandesa, possuindo mais de 300 templos budistas, os chamados "wats". A cidade antiga de Chiang Mai está cercada por um muro quadrado mas hoje em dia as ruínas do muro só existem nas "portas" da cidade. Dentro desses muros, na cidade antiga, existem cerca de 30 templos que datam dos tempos do reino Lanna. 

O templo mais famoso de Chiang Mai é o Doi Sutep situado num monte a 13 km da cidade mas que facilmente é alcançável apanhando tuktuk. Para se chegar ao templo é inevitável subir os mais de 300 degraus até ao topo do monte, contudo uma vez no topo o esforço é compensado pela vista que se tem sobre a cidade e a beleza do templo com o seu pagode todo dourado. 


A cidade antiga é plana e faz-se muito bem a pé de uma ponta à outra em cerca 20/30 min com um agradável passeio pelas ruas cheias de lojas, restaurantes, barraquinhas com batidos de fruta deliciosos e admirando os templos dourados que estão espalhados pela cidade.






Para além das centenas de templos, a cidade tem também um parque não muito grande no entanto muito acolhedor. Oferece ainda imensos pacotes de actividades tais como passar um dia com os elefantes ou tigres, visitar as tribos, trekking, aulas de cozinha é muito mais (existe para todos os gostos). À noite, e aliás todas as noites, abre o Night Bazar onde se pode comprar lembranças a preços muito acessíveis, comer a comida local, beber uma cerveja Chang e apreciar os vários shows que vão sendo apresentado gratuitamente pelo Night Bazar


A cerca de 3 horas de viagem situa-se a cidade de Chiang Rai, cidade conhecida pelo White Temple, um templo excêntrico construído em 1996 pelo artista/arquitecto Chalermchai Kositpipat. É possível visitar este templo através das agências de viagem de Chiang Mai ou, maneira mais económica, ir à Arcade Bus Station em Chiang Mai e apanhar o Green Bus para Chiang Rai (132 baths por possoa). A viagem dura cerca de 3 horas e o autocarro para mesmo em frente ao templo. Facilmente após a visita do templo apanha-se um outro autocarro para Chiang Mai. Existe também a opção de ficar em Chiang Rai o que não aconselhamos uma vez que a cidade para além do White Temple e mais um Night Bazar não tem muito mais para oferecer.



A cidade de Chiang Mai é muito procurada pelos turistas por ser uma cidade barata, com boa internet, óptimos restaurantes ocidentais, óptima comida de rua, oferece imensas actividades e sobretudo muita cultura. 

Adorámos Chiang Mai!



Sukhothai - Rising of Happiness



A primeira paragem na Tailândia foi a capital Bangkok, onde ficámos apenas dois dias. Dias esses que apenas serviram para termos uma pequena ideia da cidade, uma vez que deixámos Bangkok para ser visitado tal como merece na nossa volta a Tailândia prevista algures em meados de Abril. Dito isto, começámos a subir em direcção ao norte da Tailândia. 

Apanhamos um autocarro em Bangkok em Mo Chit Bus Station em direcção a Sukhothai, a nossa primeira paragem que fica a meio caminho entre Bangkok e Chiang Mai. 

Existem vários tipos de autocarros que vão para Sukhothai diariamente, a diferentes horas e com diferentes classes. Normalmente, na Tailândia, a rede de autocarros têm a classe VIP, 1ª classe e 2ª classe (a mais barata) e todas elas diferem obviamente nos preços. Escolhemos o mais barato que nos ficou em 248 baths por pessoa que são cerca de 6,5€ (1€=36,6 baths) e não temos motivos de queixa. O autocarro tinha boas condições e o mais importante, tinha ar condicionado e WC. A viagem durou cerca de 7 horas com várias paragens pelo meio. Chegamos a Sukhothai onde, directamente na estação, apanhamos um shared táxi que nos levou à nossa guesthouse por 50 baths por pessoa. 



Sukhothai foi outrora o antigo reino Siamês no norte da Tailândia e significa "Rising of Happiness". A cidade encontra-se dividida em duas partes, New Sukhothai e Old Sukhothai (onde se encontram as ruínas). 

Em New Sukhothai é onde se encontra a população, mercados, hostels, tudo. O ambiente é muito amigável e relaxante, as pessoas são muito simpáticas e bastante habituadas aos turistas. Para as refeições existem várias ofertas, tanto em restaurantes como comida de rua a preços muito acessíveis e ainda o supermercado 7eleven (pingo doce do sitio) onde se pode encontrar de tudo e que está praticamente em cada esquina pela Tailândia toda. 




Por sua vez Old Sukhothai (que fica a cerca de 10 km da cidade) acolhe as ruínas do antigo reino Siamês do século 13 a 14. Para se visitar as ruínas (Old Sulhothai) apanha-se com muita facilidade autocarros na cidade por 30 baths e existem vários tuktuk que levam as pessoas por 150 baths ou também pode-se alugar uma bicicleta e fazer um passeio agradável. À entrada no Old Sukhothai paga-se 100 baths e mais 10 baths se entrar de bicicleta.

O parque é lindíssimo e é considerado património mundial da UNESCO. Cheio de estátuas do Buda, ruínas dos templos, pagodes e lagos tudo isso espalhados por um parque de cerca de 70 km2 todo ele bem arranjado. 







Aconselhamos a visita de manhã bem cedo para se poder ver o sol a nascer, ouvir os passarinhos e sentir a calma que lá predomina. Pouco mais tarde o parque será invadido por grandes grupos de turistas. 

Sem duvida, Sukhothai ficou nos nossos corações!!